sábado, 5 de dezembro de 2009
XII OFICINA - TP2 - UNIDADES 7 E 8
Atividades com textos como “Serão de junho” e a música “Fantasia”, de Chico Buarque, ajudaram a construir belos momentos de interpretação da realidade e de consciência na liberdade de expressão que a arte nos proporciona.
Com depoimentos dos alunos sobre as formas de arte que eles observam no seu cotidiano, os professores conseguiram abrir caminhos para novas maneiras de as crianças entenderem melhor o que acontece no mundo, lendo-o de uma maneira mais significativa.
A linguagem figurada, com seu poder de transformação do simples dizer em uma nova forma de emocionar e chamar atenção, foi envolvida também em atividades como interpretação e ilustração de poemas e registro de onomatopéias. As várias figuras de linguagem, foram, como o sugerido no caderno, trabalhadas de acordo com o seu significado e não com sua nomenclatura, para não se desviar do verdadeiro objetivo que é oferecer ao aluno oportunidades de conhecimento das inúmeras maneiras que se tem de expressar sentimentos.
Os professores relataram essa última unidade com muito prazer e sensação de uma missão que está longe de ter sido cumprida, pois ainda se tem muito o que fazer para chegarmos a uma Educação que faça pelos nossos alunos o que eles realmente precisam e merecem.
XI OFICINA - UNIDADES 5 E 6 - TP 2
Os “Avançando” oportunizaram atividades de interpretação textual e de análise lingüística que levaram os alunos a perceber o quanto uma simples fala de criança ou de amigos em uma situação informal pode ser organizada a partir da gramática. Observaram também que a passagem pela escola visa, entre outros objetivos, desenvolver sua capacidade de comunicação nas várias situações do cotidiano e que, por isso, estuda-se a gramática normativa. Essa,porém, não deve se tornar único objeto de estudo, o que acabam fazendo muitos professores, denominados, por isso, “gramatiqueiros”. Os cursistas enfatizaram os aspectos positivos da gramática descritiva, entendendo-a como o caderno 2 traz: “ o conjunto de regras que o observador da língua procura compreender e explicar.
Atividades da unidade 6, como produção de texto a partir de uma imagem, frases que ilustraram várias situações, como uma pessoa chamando alguém, com raiva , com carinho, descrição de situações lingüísticas , como os vários usos do verbo “ haver” dentre outras, fizeram parte da prática pedagógica sugerida pelo programa e administrada pelos professores em sala de aula.
Segundo seus relatos as atividades foram realizadas com muito aproveitamento por parte dos alunos, que a cada dia sentem-se mais motivados a participar dos trabalhos
sugeridos pelos professores.
domingo, 29 de novembro de 2009
X OFICINA - UNIDADES 3 E 4 - TP1
Atualmente, a linguagem é entendida como interação, e, por ser assim, é uma ação entre sujeitos que coexistem na situação comunicativa. Embora a produção de significados dependa desse trabalho coletivo de linguagem, cada sujeito da interação tem uma história, atua num contexto social e ideológico, ocupando um lugar, de onde produz e interpreta enunciados. “As interpretações diferentes dadas pelos interlocutores a determinada comunicação decorrem dessa posição diversa, de onde cada um “vê” a situação.
Ao se comunicar, as pessoas informam e são informadas, a partir de textos que podem ser orais ou escritos, literários ou não literários. Daí a necessidade de as aulas de Língua Portuguesa serem sempre baseadas no reconhecimento e na prática dos diferentes e inúmeros gêneros textuais que circulam dentro e fora da escola, e que fazem parte do cotidiano do aluno. Interessante também é que os professores, não só, mas principalmente, os de Língua Portuguesa, observem e esclareçam os alunos sobre a relação que há entre os objetivos do locutor e do interlocutor, que formam um “pacto de leitura” “ um contrato implícito entre locutor e interlocutor quanto à expectativa que cada um põe no texto.” (TP1, p.120)
O maravilhoso emaranhado de textos que convivem para fazer a comunicação acontecer, leva à relação de um com o outro, tornando mais ricas as situações discursivas. Isso se chama intertextualidade, que pode ocorrer de várias maneiras: acompanhando o texto original: paráfrase; invertendo-o ou modificando sua lógica, geralmente de forma crítica: paródia; aproveitando determinados recursos de uma obra: pastiche, etc.
Trabalhar a intertextualidade em sala de aula é promover uma significativa conquista de conhecimentos nas suas diversas áreas, já que um texto remete a outro texto, que remete a outro que...
Formadores e cursistas, no grande grupo, colocaram em prática a teoria que envolve as unidades acima citadas, por meio de paródias de músicas e orações e alusões a textos, como, por exemplo, “O decálogo do bom motorista”, aproveitando o eixo temático do bimestre “Educação para o trânsito”. Todos participaram com muito entusiasmo.
IX OFICINA - UNIDADES 1 E 2 - TP1
A partir do respeito aos vários dialetos da língua portuguesa e ao que o aluno internalizou desde a sua primeira infância, o seu ensino na escola deve oferecer ao educando as chances de conhecer e entender a norma padrão, como mais uma possibilidade de uso de seu idioma, comparando-a, a partir de atividades significativas, às outras variantes. Esse trabalho, mediado com responsabilidade pelo professor, valoriza, na medida certa, o estudo do dialeto tido como “ mais prestigiado” sem menosprezar os que formam com ele um conjunto bastante rico.
Para socializar e refletir sobre as unidades 1 e 2, formadores e cursistas reuniram-se num grande grupo, dividido entre outros, para realizar uma atividade sobre as variantes lingüísticas. Cada equipe apresentou um texto que valorizava determinada opção de uso da língua, de acordo com a situação comunicativa. Foram apresentados trabalhos que evidenciaram a prática linguística em textos como entrevista de emprego(norma padrão), conversa entre jovens “Find muito loko” (gírias), etc.
VIII OFICINA - UNIDADES 23 E 24 - TP6
Para escrever bem é preciso ler, realmente ler. Quando entram na escola, as crianças são, ou, pelo menos, devem ser instigadas com muita contação de histórias, muitas “viagens” pelos contos de fadas e outras formas de leitura. Quando, porém, saem da 4ª série, é natural que saiam um pouco desse mundo lúdico, pois seus interesses voltam-se para outros aspectos, e o que muito comumente acontece, é o distanciamento dos livros e a preferência por textos mais curtos, quando a professora cobra. “Numa revisão de posturas, o professor precisaria insistir em leituras mais longas, completas, e dar um espaço privilegiado para o livro de literatura.” (TP 6, p 180). Esse trabalho, contudo, necessita de uma boa dose de prazer, que o mediador deve proporcionar, direcionando os momentos de leitura a partir de comentários sobre livros que ele já tenha lido, que saiba que interessaria a um adolescente, de informações sobre os diversos autores que fazem literatura para jovens, e, acima de tudo, de um entusiasmo contagiante, pois não é novidade que “a escola é um espaço fundamental para desenvolver leitores.” (TP6, P166)
Após discussão sobre os aspectos teóricos das unidades 23 e 24, os cursistas relataram seus “Avançando na prática”, evidenciando os pontos positivos ( maior estímulo na hora de ler e escrever, por parte da maioria dos alunos) e os negativos ( alguns que ainda insistem que não gostam de ler e escrever), sendo porém estes últimos encarados como desafios, que os professores devem enfrentar, tendo a certeza de que estão, pelo menos, “plantando a sementinha”, e de que, quem sabe, ela um dia germine.
sábado, 28 de novembro de 2009
As unidades 21 e 22 do tp6 referem-se, respectivamente, à Argumentação e linguagem e à Produção textual: planejamento e escrita. Como "todo o uso da linguagem é argumentativo, pois estabelece uma interação com o outro, uma relação de fazer social..."(TP6, p.13) e como todo texto é linguagem expressa, defender pontos de vista e planejar (mesmo que inconscientemente) os textos que fazem esse trabalho devem ser atividades constantes na prática docente.
Essa certeza de que precisamos ser convincentes e organizados para fortalecer a defesa de nossas ideias, orienta-nos ao trabalho cada vez mais próximo da nossa realidade e dos nossos alunos, fazendo sentido cada ponto abordado e defendido.
Para enriquecer a teoria das unidades acima citadas, após muita discussão sobre argumentação e linguagem, formadores e cursistas (todos juntos) tiveram a oportunidade de presenciar uma palestra sobre o "Projeto Anitápolis", ministrada pelo professor Haroldo de Oliveira Silva, que expôs sobre a decisão de duas multinacionais, Bunge (EUA) e Yara (Noruega), de implantar uma fosfateira em plena mata atlântica, na pequena e bela cidade de Anitápolis, região de Florianópolis. O professor mencionou as terríveis consequências ao meio ambiente regional, desde a contaminação da água, morte de animais, desmatamentos, até a inevitável mudança (para pior) na vida dos moradores, que, na sua maioria, têm como principal fonte de renda a agricultura.
Após essa exposição, os cursistas fizeram, a partir de provérbios, textos argumentativos sobre o tema da palestra. Nesses textos, foram evidenciados aspectos positivos e negativos referentes ao projeto Anitápolis. Em seguida, todos receberam o texto (crônica) de Luis Fernando Veríssimo, " O verão de 92", que trata de maneira divertida e crítica a poluição da natureza.
"O VERÃO DE
(Luís Fernando Veríssimo)
As minhas férias. Composição. 10/3/1992.
Nas férias eu fui quase todos os dias à praia. Apesar dos protestos de mamãe. Mamãe não gosta de praia desde que um parente dela foi dar um mergulho e se dissolveu na água.
Meu pai diz que é bobagem, que é só a gente prestar atenção nas bandeiras. Bandeira branca é quando o mar está cheio de detergente. Não há perigo. É só a gente não chegar muito perto da espuma superativada.
No ano passado o meu irmão menor, o Tuca, brincou muito com a espuma e está até hoje com uma estranha luminosidade.
Dentro de casa não dá para ver bem mas, quando a gente faz o teste da janela com o Tuca, ele brilha.
Mamãe sempre grita para a gente ter cuidado para não largar o Tuca da janela do apartamento, mas ele gosta.
Bandeira amarela é arsênico. Dizem que também não tem muito perigo, contanto que a gente não abra a boca nem os olhos embaixo da água.
Mas no último campeonato de surf que fizeram no Arpoador com bandeira amarela, quando os competidores ficavam de pé na prancha não tinham mais calção e quando chegavam na praia não tinham mais a prancha.
E a parafina do cabelo ficava verde e o cabelo começava a cair. O que dava de gatão escaldado!
Bandeira vermelha é mercúrio. Também não é perigoso, mas a pessoa deve ficar em observação durante 24 horas depois de sair da água. Se as unhas começarem a encolher, deve-se chamar um médico.
Bandeira preta é óleo na água. Isto é o mais comum. É chato porque suja, mas também não tem muito perigo.
Até hoje só houve três ou quatro casos de pessoas que ficaram tomando muito sol depois de um mergulho no mar cheio de óleo e se incendiaram.
Bandeira preta esfarrapada com caveira é ácido. Isto sim é perigoso. Nesse a onda é que fura você. Neste verão eu inventei de testar a água num dia de bandeira preta e é por isso que estou com o pé enfaixado. Sinto uma falta do dedão...
Mas a praia continua uma beleza, depois que a gente se acostuma com o cheiro de amoníaco e peixe morto. Mesmo quando não dá para entrar na água e sair inteiro há muita coisa para fazer.
Castelo de farelo de carcaça, por exemplo. Ou escalar cadáver de baleia. Em alguns trechos a gente enxerga areia por baixo das camadas de marisco podre.
Papai diz que antigamente a praia era só areia, mas não dá para confiar muito nele. Ele também diz que o mar era verde e que peixe se comia.
Joguei muito futebol na praia antes de perder o dedão. Era difícil formar os times porque ninguém queria jogar na ponta e pegar um respingo do mar no olho e ficar cego.
O chão de osso de peixe rala o joelho da gente e, quando a bola cai na água, explode. Mas foi ótimo.
Apesar de tudo, ainda tem gente que nada até além da rebentação. É muito arriscado. O perigo não é o afogamento, é respirar o vapor que sobe da água.
Banhista não entra mais no mar para salvar ninguém. Salva por megafone. Fica gritando "Vem! Vem!" e, quando o afogado chega na praia e o banhista vai fazer respiração artificial, não junta mais gente como antigamente. Agora todo mundo sai de perto porque pode esguichar.
Todo dia tem novidade na praia. Nossa turma ficava torcendo que aparecesse menininha com maiô de crochê, que não precisava nem entrar na água, se desmanchava com a brisa do mar.
Teve um dia que uma fileira de caranguejos saiu de dentro da água, andando de lado e meio cambaleando. Dizem que o da frente trazia uma bandeira branca, mas isto deve ser invenção.
O cheiro do mar era tão forte que um dia abateu um daqueles aviões que passam com faixa de propaganda. O piloto saltou de pára-quedas sobre a água, mas o pára-quedas, em vez de descer, subiu.
Um dia foi uma grande sensação. Apareceu uma gaivota. Todo mundo correu para ver. Eu só conhecia gaivota de ouvir papai falar. A gaivota rodou, rodou e, de repente, mergulhou na água.
Quando apareceu outra vez tinha um peixe preso no bico. Mas logo cuspiu o peixe fora e disse - deu para ouvir direitinho, da praia - "pshaft!" Depois voou para longe. Todo mundo riu. Mas não muito.
Luís Fernando Feríssimo, escreveu em 1978 esta crônica, com exagero. Colocou a poluição que existiria em 1992. Felizmente, ainda não aconteceram os horrores imaginados pelo humorista. Mas, se o Projeto Anitápolis não for paralisado, muito em breve o sul de Santa Catarina terá
a realidade da crônica de Luís Fernando Veríssimo.
Após o encontro em Balneário Camboriú...
No dia 10/08, devido à Gripe H1N1 (nosso município foi um dos mais afetados do estado), as aulas das redes municipal, estadual e particular foram suspensas ( no estado, por tempo indeterminado).
Por causa disso, o encontro com todos os cursistas, que seria no dia 11/08, foi adiado também, sendo que só os formadores e a coordenadora se reuniram para estudar e discutir sobre os projetos. Esse dia será reposto, provavelmente em setembro. Durante esse período, os cursistas estão fazendo a leitura do material em casa, para que, num próximo encontro, possamos socializar conhecimentos e esclarecer dúvidas.